quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Microcrédito no Brasil: Tamanho e Estimativas de Potencial de Mercado


Em 1973, uma instituição de microcrédito de Recife-PE, foi a primeira instituição da América Latina a adotar taxas de juros que cobriam o custo do crédito e a realizar análises e aprovações de créditos rápidos, características, hoje, consideradas essenciais para crescimento e sobrevivência das Instituições Microfinanceiras.
Apesar de a conjuntura aparente ser promissora ao desenvolvimento da indústria do microcrédito, número de empresas estimados 9,5 milhões, e quase 70%(Setenta por cento) da população brasileira completamente excluída do sistema bancário, a realidade vem se mostrando diferente do esperado. Das 50(cinqüenta) ONGs operando até maio de 2000 com microcrédito apenas seis atendiam mais de 2000(Dois Mil) clientes.
Ainda não foi apresentada uma explicação isolada para o aparente subdesenvolvimento da indústria de microcrédito no Brasil, mas existem várias teorias, os argumentos mais convincentes são os seguintes:
·               O Contexto macroeconômico;
·               A tradição de crédito dirigido no país;
·               A estrutura jurídica;
·               O mercado de crédito ao consumidor;
·               As deficiências técnicas das instituições existentes.
Desde março de 1999, uma série de iniciativas de políticas de apoio ao microcrédito vem fornecendo basicamente duas alternativas às instituições de microcrédito: registrar-se como programa sem fins lucrativos, com o direito de mobilizar recursos externos e operar uma carteira de microcrédito – São as OSCIPs; ou obter uma licença do Banco Central para abrir uma Sociedade de Microcrédito com fins lucrativos, chamada de Sociedade de Crédito ao Microempreendedor – SCM.
Avaliação feita com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), e divulgada em 11 de janeiro de 2010 por Paul Singer, Secretário Nacional de Economia Solidária, estima que a demanda por microcrédito no Brasil envolva entre 10(dez) e 12(doze) milhões de empreendimentos. Singer lamentou a situação e afirmou que é decorrente do desconhecimento de boa parte da população e das instituições financeiras sobre o quanto um empréstimo de R$ 100,00(Cem Reais) pode significar em termos de mudança de situação econômica de milhões de empreendimentos familiares.[1]
Percebe-se dois fenômenos em evidência no mercado financeiro para baixa renda: 1º crescimento de operações de microcrédito no mundo; e 2º crescimento de correspondentes bancários no Brasil; no primeiro fenômeno podemos destacar que em 1997 estimava-se que o número de clientes de microcrédito no mundo era de 7,6 milhões de pessoas, em 2006 esse número havia saltado para mais de 110 milhões de pessoas; no Brasil as estimativas com base nos dados do IBGE indicam que o potencial de clientes que podem acessar microcrédito é de mais de 10 milhões de pessoas, no entanto, o percentual de clientes que são realmente atendidos é de apenas 2% do potencial de mercado; só para exemplificar a baixíssima penetração se comparado a outros países da América latina como por exemplo, Chile, Peru e Paraguai atingem 25%, 28% e 35% de penetração de mercado respectivamente; se compararmos com países da América central como El Salvador e Nicaraguá, a distância é ainda maior, esses países atingem 70% de penetração no mercado de microcrédito.
                      No Brasil o potencial de mercado para o microcrédito é enorme, porém parece difícil de ser alcançado, mas deve-se levar em consideração que o fornecimento de cartões de crédito para as classes C e D, cresceram 46% nos últimos três anos, enquanto que nos países citados com penetração de mercado maior esse número é inexpressivo, ou seja, o microcrédito no Brasil é pouco usado para compra de produtos para o lar como geladeira, fogão, televisores e etc. e nos mercados citados mais de 70% dos produtos adquiridos para o lar são fruto de algum microcrédito concedido por IMFs.


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