sábado, 8 de janeiro de 2011

A Informação como recurso gerencial das organizações na sociedade do conhecimento


RESUMO
Borges, Mônica Erichsen Nassif. A informação como recurso gerencial das organizações na sociedade do conhecimento. Ci. Inf., Brasília, v.24, n. 2, 15 pág. 1995.

A análise do conceito de sociedade da informação, leva em consideração todos os processos de transformação que vem ocorrendo na economia, política e cultura. Os problemas do mundo não podem mais ser resolvidos dentro da estrutura da sociedade industrial, os paradigmas que modelam a sociedade hoje são outros. A formação de blocos econômicos, consolidação de potências tecnológicas e sofisticação da tecnologia de informação tornam o mundo mais integrado; vivemos o momento de negar os princípios da era industrial. Na sociedade do conhecimento o valor real dos produtos está no conhecimento neles embutido. O poderio econômico de um país esta hoje relacionado ao fator conhecimento. A inovação é o que determinará a sobrevivência das organizações neste período. O novo modelo de produção baseia-se em pontos de vista sistemáticos, no qual os processos devem ser vistos em sua totalidade. Hoje somos mais dependentes de dados do que na era da sociedade industrial.
O Mercado de trabalho também muda com a sociedade da informação, nesta, surgirá um número extraordinário de empregos desafiadores, exigindo um alto grau de competência dos trabalhadores do conhecimento que enfrentarão com mais freqüência mudanças em suas tarefas e organizações. As escolas terão que mudar e inovar no aprendizado; os novos educandos precisam entender de sistemas políticos, sociais e históricos, além do ensino tradicional. Enquanto as mudanças escolares não ocorrem, às empresas tem de treinar e reeducar os seus funcionários, no sentido de desaprender a aprender.
Às estruturas mecanicistas não cabe mais espaço! Hoje as organizações necessitam de quem tem um maior espírito de cooperação, baseado numa nova visão e atitude gerencial. Nesse modelo descentralizado os trabalhadores participam da tomada de decisão. O novo gestor é obrigado a tomar decisões cada vez mais rápidas e isso é percebido em todas as empresas, independente da área de atuação. Os gerentes do futuro estarão fora da empresa, e devem conhecer bem o mercado, delegando responsabilidades para ocupar-se das decisões e inovações que devem ser suas prioridades. Na medida que as empresas converterem dados em informações, modificarão seus processos de tomada de decisão e a sua maneira de trabalhar, torna-se imprescindível à formação de redes de comunicação entre fornecedores e clientes. Os clientes são a melhor fonte para orientar o desenvolvimento de produtos. É essencial nesse processo que se conheça a natureza do ambiente externo à organização, hoje vivemos num mundo de incertezas e a liderança adequada é aquela que identifica as influências do ambiente e a turbulência do mesmo. No que diz respeito à decisão, as possibilidades devem ser avaliadas e comparadas e após essa análise deve ser implantada a melhor alternativa. A aceleração da mudança impõe aos tomadores de decisão uma pressão ainda maior. Devido a nossa herança histórica e cultural o processo decisório nas organizações brasileiras tende a ser centralizado, portanto quando comparada à outra sociedade o Brasil ainda apresenta um nível menor de especialização, e maior centralização na tomada de decisão.
Segundo Flippo é difícil avaliar que informação é necessária ao decisor. Para ser útil, a informação deve ser compreendida e absorvida pelo decisor, que precisa ser eficiente na utilização de informações de modo que se perceba qualidade na sua decisão. As organizações modernas são interpretadas como organismos sociais inteligentes e cada dia mais dependem dos sistemas de informação, pois os executivos necessitam de informação para decidir o destino das organizações. A gestão do conhecimento organizacional é alimentada por vários sistemas de informação, que se dividem de acordo com Vieira em quatro níveis de valor agregado: 1º bibliotecas e centros de documentação, 2º centros de informação e bancos de dados, 3º capacidade de processamento com habilidade lógica de solução de problemas e 4º gerência de recursos informacionais. O executivo deve agir de maneira proativa ao ambiente priorizando a informação a partir de seu conhecimento; para essa ação que gera decisão ser tomada de forma eficaz, é necessário que o executivo e a organização saiba onde buscar a informação. Alguns exemplos de fontes informacionais são: equipe de vendas e de engenharia, os canais de distribuição, as agências de publicidade, os ex-funcionários e os concorrentes; Fuld ainda cita outras maneiras de obter informações dando destaque à “linha quente” que nada mais é do que a troca de informações entre funcionários. O processamento dos dados coletados anteriormente pela organização é de fundamental importância para determinar os rumos a seguir. A avaliação dos dados coletados é uma fase muito importante, e consiste na análise com o objetivo de verificar sua relevância, confiabilidade e precisão, logo os serviços de inteligência empresarial devem ser suporte ao processo de tomada de decisão.
Acredita a autora ser esse o primeiro passo para o entendimento do conceito de sociedade da informação, e a compreensão de que independentes da atividade todos precisam de informação relevante e precisa. Somente avaliando os mercados, identificando as turbulências e analisando o ambiente externo à organização, poderá ser feito planejamento a médio e longo prazo, com maior segurança e confiabilidade visando à tomada de decisão.

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